Gosto muito mais daquela folha que cai
do alto de uma árvore e vai povoar o chão húmido.
Gosto muito mais da sombra mentirosa
que a cadeira do bar lança na parede suja.
Gosto muito mais do pedaço diminuto de pão
que vai na cabeça daquela formiga ali, cansada.
Ainda mais da cachaça com limão e da cerveja quente
que me ferem a garganta e me ajudam a gritar.
E é só. Gosto dos detalhes não-transitórios.
Gosto das persianas perto das quatro da tarde.
Gosto ainda mais da luz das quatro da tarde
que passa pelas persianas e brinca com a poeira.
Gosto do silêncio das conversas e do samba
e daquele violão consertado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário