quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Azul

Ela se olha no espelho, reclamando de suas curvas e relembrando um passado mentiroso, no qual era infinitamente mais bela e mais desejada. Reclama, reiteradamente, de suas formas e de suas medidas, não desistindo mesmo quando os elogios começam a aparecer em vozes visivelmente irritadas. Perde seu tempo criticando sua própria silhueta dentro de roupas de boa costura, esticando com as mãos sua pele coberta de cremes e olhando-se no espelho (esperando elogios).

Ela levou uma vida e não percebeu o azul que a esperava, pendurado por todos os lados, espreitando de todas as frestas, insistindo em todos os tons. E era tanto azul, o azul que a espreitava, tanto. Ela nunca percebeu e perdeu o que a rodeava, perdeu os elogios para o azul que a desejava.

Um comentário:

r.j.arnold disse...

REBECA...REBECA???!

Histórico


as primeiras ideias...